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OH WONDER


Eu já falei aqui sobre um artista brasileiro que ganhou meu apreço (se quiser confire ), mas hoje falarei sobre Josephine Vander Gucht e Anthony West que formam a dupla musical Oh Wonder.

Bom, vamos lá. A começar pela sintonia dos dois. Já vi muitas duplas, boas e ruins, e mesmo as melhores não tem uma sintonia tão grande quanto eles. Assistindo os dois performando “Without You” no Cardinal Sessions eu cheguei à conclusão de que precisamos propagar esta arte. É fato que artistas de verdade, que sabem nos envolver com a magnificência da vida e com as coisas belas que nos rodeiam, estão em falta no mercado, e quando encontramos algum, nos bate aquela vontade de gritar para o mundo que, finalmente, encontramos uma alma poética.

Eu realmente não sei quem encanta mais, a Josephine ou o Anthony. Os dois tem aquela coisa que chamamos fofura e apelidamos, ao acaso, de carisma, dando de dez a zero nos “artistas” que não passam de pop-stars à procura de alguém para lhes encher o ego. Temo, às vezes, a maneira despreocupada com que usamos o termo artista para nos referir a pessoas que, no máximo, têm a habilidade de conquistar público. Hoje não se exige muito das músicas, dos livros, dos filmes, da pintura, e é por isto que se pode achar artista em qualquer esquina. Engraçado, porém, é perceber que homens e mulheres que realmente sabem fazer arte estão esquecidos por aí, enquanto os demais, que apenas seguram um microfone, uma câmera ou um lápis, arrastam uma multidão encantada, ironicamente, e na maioria das vezes, somente pelo rostinho bonitinho daquele que se diz “artista”.

Então, trazendo Josephine e Anthony para mais perto de mim, através de suas músicas, pude sentir, até mesmo quando não entendo seu inglês britânico, o que de mais gratificante há num conjunto de melodias envolventes. Música é um componente importante em nossas vidas, mesmo para aqueles impacientes ouvintes. Há históricos conhecidíssimos sobre os efeitos que a música já causou no mundo, pense na Reforma Protestante, o próprio Lutero disse que o que mais propagou a reforma foram as músicas escritas por ele, e pense também na Ditadura Militar, até hoje estudamos aqueles versos confusos de Chico Buarque.

Antes, então, de recomendar Oh Wonder para pôr na sua playlist, aconselho-te a tomar cuidado com as músicas que lhe passam pelos ouvidos. Lembre-se, a música é poderosíssima, tanto para o bem e, infelizmente, tanto para o mal.

Por fim, dê uma pausa no que está fazendo e ouça essa magnífica dupla (não consigo conter os elogios, risos).


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