Pular para o conteúdo principal

COISAS QUE VALEM A PENA

"Como eu cheguei aqui? Bom, não sei! Um dia eu sonhei!"


Há certas coisas no mundo que me fazem ir de satisfeita à extasiada. Neste momento estou escrevendo de sala de uma aula localizada numa escola que, até então, eu nem sabia que existia, e sei que em breve irei à uma lan house costarriquenha procurando publicar isso, já que estou impossibilitada de usar meu notebook. E então eu começo a pensar no quão louco é tudo isto. O jeito como de repente nossa vida dá um giro de 360º graus, para melhor ou para pior.

No momento intitulei este post como "Coisas que valem a pena" e só fiz porque realmente não pude discernir do que exatamente se trata isto. Talvez seja um desabafo. É, um desabafo.

Quando se está longe daquele ar rotineiro, você começa a imaginar inúmeras coisas e há uma espécie de metralhadora que atira pensamentos avulsos contra sua pobre mente, que luta para se adaptar à um novo ambiente. E, provavelmente, foi exatamente neste momento que eu entendi a necessidade do distanciamento casual de nossa zona de conforto.

Na zona de conforto tudo parece, desculpa o trocadilho, confortável. Não há nada passando em sua mente. Não há nada te empurrando para uma realidade bruta. Tudo está de acordo. Nada lhe incomoda.

O que me vem agora é a conclusão de que tudo do lado de fora da sua "zona de conforto" é perigoso demais para a sua mente relaxada e alheia a todos os problemas. Quando se leva um choque e você vê o conforto todo ir embora diante dos seus olhos, a primeira reação é, obviamente, a vontade de voltar àquele lugar que lhe deixa "em paz". Porque sabemos que do lado de fora tudo é mais realístico e tenho conhecimento da nossa resistênsia em relação à realidade.

Ver o mundo, ou pelo menos uma minúscula (literalmente) parte dele, me fez ver a mim mesma. Me enxergar como alguém relevante. Claro, relevância existe em vários níveis e, talvez, no momento, a minha ainda esteja começando à nascer, até porque a caminhada é longa e se estou localizada em alguma parte dela com certeza é no início.

Mas se enxergar como ser humano em um mundo tão absurdamente grande, já é algo que vejo como lucro. Muitas pessoas vivem suas vidas tão corriqueiramente que as vezes tenho a impressão de que nenhuma delas se olham no espelho ao final do dia, e conseguem ver o reflexo de alguém importante para alguma coisa nesta terra. E isto me incomoda. Em pensar que existem tanta gente desacreditada por aí.

Por fim, acho que devo parar de falar (ou escrever) por aqui. Sei que ainda tem coisas demais aqui dentro desta cachola, mas vou dizendo aos poucos para que tudo isto não se torne um vômito virtual.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O CONTO MAIS CURTO DO MUNDO

Pode ser que você não saiba, mas o menor conto do mundo tem apenas seis palavras e sua autoria é atribuída a Ernest Hemingway. Sim. Ao contrário daqueles longos contos, o de Hemingway não tem nada mais e nada menos do que six words . For sale: Baby Shoes, never worn. Em português: Vende-se: Sapatos de bebê, nunca usados. Contam que Hemingway foi desafiado a contar uma história com apenas seis palavras e voilá , eis que nasce esse intrigante conto. Intrigante porque a princípio, lido rapidamente, não parece significar muita coisa, mas existe aquilo, pelo menos para os leitores mais viciados, de se imaginar o que aconteceu antes do início e depois do fim. Imaginando, então, o que teria precedido essa venda, pensa-se logo na gravidez – a alegria, talvez, do primeiro filho(a), os preparativos, a expectativa - depois o nascimento e, então, a morte. Claro que poderíamos concluir também que os pais da criança colocaram o sapato à venda talvez por terem ganhado muitos, mas logo pe

INTERCÂMBIO E MINHA INTROVERSÃO

Sim, mais um desabafo de intercâmbio, sinto muito, mas, como andei lendo, escrever é a melhor, e mais útil, válvula de escape para um introvertido. Este artigo nasceu de uma explosão de pensamentos que me trouxeram até a realidade, que até então, eu tentava ignorar: Eu sou introvertida. Não, não sou tímida. Tire isso da sua cabeça. Introversão não quer dizer timidez, e eu juro que este esteriótipo já está me embrulhando o estômago faz tempo. O que mais se ouve quando se está num intercâmbio, é como você tem que explorar tudo ao máximo para conhecer uma nova cultura. Certo. Concordo plenamente. Mas quem te disse que para isso eu tenho que tagarelar até com a faxineira que passa varrendo o pátio? Não, eu não quero (mas tenho que fazer) gastar o meu tempo respondendo para alguém se o meu país é mais quente, mais frio, ou mais fresco. Google existe para isto e, sinceramente, acho que todos nós sabemos que clima não é um fator cultural. Não quero parecer esnobe, fria ou nariz em