Sim, mais um desabafo de intercâmbio, sinto muito, mas, como andei lendo, escrever é a melhor, e mais útil, válvula de escape para um introvertido.
Este artigo nasceu de uma explosão de pensamentos que me trouxeram até a realidade, que até então, eu tentava ignorar: Eu sou introvertida.
Não, não sou tímida. Tire isso da sua cabeça. Introversão não quer dizer timidez, e eu juro que este esteriótipo já está me embrulhando o estômago faz tempo.
O que mais se ouve quando se está num intercâmbio, é como você tem que explorar tudo ao máximo para conhecer uma nova cultura. Certo. Concordo plenamente. Mas quem te disse que para isso eu tenho que tagarelar até com a faxineira que passa varrendo o pátio?
Não, eu não quero (mas tenho que fazer) gastar o meu tempo respondendo para alguém se o meu país é mais quente, mais frio, ou mais fresco. Google existe para isto e, sinceramente, acho que todos nós sabemos que clima não é um fator cultural.
Não quero parecer esnobe, fria ou nariz em pé. O que reina aqui é o simples fato que conversar é algo que eu raramente faço e, quando faço, espero que realmente valha a pena. Entenda, eu não vejo o silêncio como um inimigo e nem como perda de tempo. Se estou calada não é porque estou triste, chatiada ou entediada, eu simplesmente não senti a necessidade de iniciar uma conversa.
O mundo é banhado pela extroversão: socialize, faça novos amigos, troque culturas, dance, saia com os amigos, puxe assunto no ônibus, dê bom dia para Deus e o mundo, cante num bar e aproveite seus quinze minutos de fama antes de acabar. E num intercâmbio parece que você deve ser tudo, exceto introvertido. Todos estão preocupados com você, com sua maneira de ser, e acham que realmente estão ajudando quando, com voz serena, lhe pedem: Fale um pouco mais!
Pra quê? Eu não vou perder minha habilidade de fala se eu ficar calada, pode ficar tranquilo! Aliás, se eu jogar tudo pro ar e resolver seguir este "conselho", acredite,vai dar merda! Eu falo quando estou segura; quando quero; quando sei que tenho algo para dizer e que a pessoa que me ouve está disposta à discurssões profundas.
Perguntas como: "Como você está?", "Por que você está sozinha?", "Está triste?", "Você não se cansa de ficar calada?"; não me fazem achar que realmente estou ganhando experiência ou fazendo amizades, só me faz sentir o contrário do que chamam de conforto.
Sim, eu vou conversar com você, se vier falar comigo; sim, vou sorrir se você sorrir para mim; sim, vou responder se você perguntar; sim, vou contar de onde venho se você quiser saber. Mas não, não vou mudar quem eu sou só para que alguém sinta que seu conselho veio a calhar.
Desculpe sociedade, conselheiros, amigos, terra e alienígenas, mas essa é quem sou e se vocês gostam tanto de pregar "amor-próprio" aos quatro ventos, então deveriam compreender minha luta em encarar a realidade como ela realmente é, reconhecendo que o mundo dentro de mim é mais importante do que conversas fúteis jogadas ao tempo.
Este artigo nasceu de uma explosão de pensamentos que me trouxeram até a realidade, que até então, eu tentava ignorar: Eu sou introvertida.
Não, não sou tímida. Tire isso da sua cabeça. Introversão não quer dizer timidez, e eu juro que este esteriótipo já está me embrulhando o estômago faz tempo.
O que mais se ouve quando se está num intercâmbio, é como você tem que explorar tudo ao máximo para conhecer uma nova cultura. Certo. Concordo plenamente. Mas quem te disse que para isso eu tenho que tagarelar até com a faxineira que passa varrendo o pátio?
Não, eu não quero (mas tenho que fazer) gastar o meu tempo respondendo para alguém se o meu país é mais quente, mais frio, ou mais fresco. Google existe para isto e, sinceramente, acho que todos nós sabemos que clima não é um fator cultural.
Não quero parecer esnobe, fria ou nariz em pé. O que reina aqui é o simples fato que conversar é algo que eu raramente faço e, quando faço, espero que realmente valha a pena. Entenda, eu não vejo o silêncio como um inimigo e nem como perda de tempo. Se estou calada não é porque estou triste, chatiada ou entediada, eu simplesmente não senti a necessidade de iniciar uma conversa.
O mundo é banhado pela extroversão: socialize, faça novos amigos, troque culturas, dance, saia com os amigos, puxe assunto no ônibus, dê bom dia para Deus e o mundo, cante num bar e aproveite seus quinze minutos de fama antes de acabar. E num intercâmbio parece que você deve ser tudo, exceto introvertido. Todos estão preocupados com você, com sua maneira de ser, e acham que realmente estão ajudando quando, com voz serena, lhe pedem: Fale um pouco mais!
Pra quê? Eu não vou perder minha habilidade de fala se eu ficar calada, pode ficar tranquilo! Aliás, se eu jogar tudo pro ar e resolver seguir este "conselho", acredite,
Perguntas como: "Como você está?", "Por que você está sozinha?", "Está triste?", "Você não se cansa de ficar calada?"; não me fazem achar que realmente estou ganhando experiência ou fazendo amizades, só me faz sentir o contrário do que chamam de conforto.
Sim, eu vou conversar com você, se vier falar comigo; sim, vou sorrir se você sorrir para mim; sim, vou responder se você perguntar; sim, vou contar de onde venho se você quiser saber. Mas não, não vou mudar quem eu sou só para que alguém sinta que seu conselho veio a calhar.
Desculpe sociedade, conselheiros, amigos, terra e alienígenas, mas essa é quem sou e se vocês gostam tanto de pregar "amor-próprio" aos quatro ventos, então deveriam compreender minha luta em encarar a realidade como ela realmente é, reconhecendo que o mundo dentro de mim é mais importante do que conversas fúteis jogadas ao tempo.
Comentários