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O AR QUE ELE RESPIRA


Existem livros bons, ótimos e fenomenais, mas existem aqueles melhores ainda, em que te levam para uma dimensão além daquela em que estamos acostumados a ir quando, num livro, nos mergulhamos.

Escolhi falar então de uma, diga-se de passagem, obra-prima da Brittainy C. Cherry: “O ar que ele respira”. A começar pela capa que é essencial para um livro, afinal, que atire a primeira pedra alguém que nunca comprou uma obra por causa da capa (risos); e, devo admitir, a escolha do Franggy Yanez para aparecer na capa foi a melhor escolha que uma criatura sobre essa terra poderia fazer. Ele se encaixa perfeitamente no personagem, Tristan, que, juro, é impossível não se apaixonar.

Então, ao começar nossa jornada pelo livro, encontramos Elizabeth, que eu particularmente costumo imaginá-la como a Jennifer Aniston (não me pergunte o por quê). Enquanto Tristan é um cara misterioso na cidade, Liz, como costuma ser chamada, é de casa. Seus amigos estão lá, inclusive sua impetuosa melhor amiga, Faye, que, vira e mexe, está tentando arranjar algum namorado para Liz.

Ao retornar à Meadows Creek, depois de ter ficado um pouco fora da cidade, Elizabeth tem seu primeiro contato com Tristan, que não foi um dos melhores, tomando conhecimento, mais tarde, da sua suposta má fama. Mas então é justamente aí que nasce a mágica dessa história, ambos sofreram grandes perdas e a tristeza é nítida no olhar um do outro e, por vezes, as pessoas não o entendem; todos procuravam entender Elizabeth, mas, por mais bondosa que pareça ser essa atitude, eles nunca conseguiram chegar ao âmago de sua dor. Mas alguém, alguém inimaginável, tocou lá e curou. As vezes somente duas dores podem se curar. As vezes é preciso ver a confusão no olhar do outro para encontrar sua paz.

A pequena, para não dizer minúscula, cidade de Meadows Creek abandonou Tristan, reduzindo-o a um mero cara estranho que nunca faz a barba e tem o pior gramado da vizinhança. Não sabiam eles que por trás daquele homem cansado e devastado pela dor da morte, existia alguém disposto a amar novamente, disposto a dar mais uma chance à vida. No entanto, ele só precisava de alguém que apontasse o caminho de volta pra casa.

É uma história magnífica, digna de um belo filme. Mostra-nos como, as vezes, a dor pode ser a ponte para o verdadeiro amor.

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